segunda-feira, 22 de novembro de 2010

O verdadeiro pai do motor a álcool


O Instituto Tecnológico da Aeronáutica - Ita, de São José dos Campos, SP, renomado centro de formação de engenheiros, tem sido responsável por uma série de inovações importantes para o desenvolvimento da indústria brasileira. É extensa a relação de seus ex-alunos e professores que contribuíram de forma direta para a criação de centros de ensino e pesquisa, formação de empresas e laboratórios de indiscutível impacto na economia e desenvolvimento do país e, ainda, para a implantação de projetos pioneiros no campo da ciência e da tecnologia. Urbano Ernesto Stumpf foi um dos "iteanos" mais notáveis.
Fez vários cursos até formar-se em Engenharia Aeronáutica (turma de 1950) pelo Ita, onde passou a lecionar. Stumpf começou a fazer estudos sobre o uso do álcool em motores a combustão, que prosseguiu ao longo de sua carreira
de professor. Mais tarde, a sua empresa, a Pentra, foi encarregada de desenvolver e adaptar motores a álcool. A crise do petróleo, em 1973, obrigava o governo brasileiro a adotar medidas alternativas, pois importávamos cerca de 80% do combustível consumido. Num único ano, de
1973 a 1974, a elevação do preço do barril de petróleo subiu de US$ 3 para 12 e, em 1979, alcançando cerca de US$ 40. Durante quatro anos, sob a orientação de Stumpf, técnicos do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento - IPD e do Centro Técnico Aeroespacial - CTA, testaram todos os motores disponíveis no mercado, para verificar seu desempenho com o álcool. A Proálcool, em 1975, no governo do general Ernesto Geisel, estimulando o uso do álcool (etanol), produzido a partir da cana-de-açúcar, muito deve a Urbano Ernesto Stumpf. No início da década de 1980, surgiram os primeiros motores que utilizavam, com exclusividade, o álcool hidratado, dispensando totalmente a gasolina derivada do petróleo.

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